Existem algumas coisas das quais eu tenho pavor. Medo eu tenho de várias coisas, mas pavor... o pavor, real e absoluto, que gela o sangue (água ou fogo?) das suas veias, deixa seu corpo tremendo, a garganta seca, os pulmões parecendo vazios mesmo quando cheios de ar... pavor só de algumas coisas. Pavor do preto e do vermelho. Da sombra nos cantos, sempre fugindo à visão, no âmago do ser, do vazio maior que o todo que não se pode explicar, da apatia sombria, escura e fria que se espalha feito doença, uma praga interior, um câncer transparente, uma tristeza viscosa que se expande, uma aranha esguia e esperta prendendo minha alma numa teia. Do rubro flamejante, voraz, que engole até mesmo o azul, o verde e o branco, um carmesim selvagem, descontrolado... meu demônio escarlate, mantido preso em uma jaula cujas trancas teimam em falhar, cujas barras eventualmente vão se dobrar.
Pavor? Pavor eu só tenho de mim mesmo.
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