Me levantei para saltar e me atingiu como um soco. Um forte sentimento de estranheza. Olhei para os lados, aflição subindo pela minha garganta. Nada. Luzes frias, assentos vazios, pessoas desligadas como se fossem aparelhos esquecidos em um canto de oficina. Gelo nas veias. Fiz o sinal, saltei do ônibus, mais gelado que a água da chuva ou a brisa refrescante.
A rua deserta, uma luz falhando, carros atravessando cautelosamente o cruzamento. Gelo. Tremia e olhava para trás. Caminhava a passos largos. Alguma coisa estava errada e eu sabia disso. Ofegava.
Enfiei a mão no bolso... tinha perdido minha chave.
Nenhum comentário:
Postar um comentário